2005/09/30

Os Quasares
A descoberta dos Quasares remonta à década 60 quando radioastrónomos australianos localizaram uma forte fonte de rádio que vinha de uma determinada região do céu. Essa fonte de rádio ficou conhecida como 3C-273.
Os astrónomos do Monte Palomar procuraram uma imagem óptica referente a essa fonte de rádio; depressa localizaram o que parecia ser uma estrela de fraca luminosidade. Daí vem o nome que foi dado a este astro, "quasi stellar radio sources" (fonte de rádio quase estelar).
Entretanto foi detectado mais uma fonte de rádio da mesma natureza, ficando esta conhecida como 3C-48. Foram feitas análises aos espectros desses dois corpos celestes e concluiu-se que estes objectos estão muito distântes de nós. Pensa-se que o Quasar 3C-273 está a 2 mil milhões de anos luz de distância e a afastar-se a uma velocidade que corresponde a 15% da velocidade da luz. Outro facto extraordinário à cerca deste objecto é a sua luminosidade que parece ser de várias centenas de vezes superior à da nossa Galáxia!
Desde então descobriram-se muitos outros Quasares, na sua grande maioria não ultrapassam as dimensões do nosso Sistema Solar, mas emitem uma enormíssima quantidade de energia ao longo de uma vasta gama de comprimentos de onda, que vai desde as ondas de rádio até aos raios gama. Dada a sua enorme distância em relação a nós, quando observamos os Quasares estamos a observar como era o Universo nos seus primórdios. Nas nossas proximidades não existem Quasares o que indica que no inicio do Universo eram objectos comuns mas não na actualidade.
Em redor dos Quasares foram observados nebulosidades que indiciam que estes corpos celestes são núcleos de galáxias, provavelmente com um buraco negro extremamente massiço.
Existem muitas dúvidas à cerca destes objectos, teremos de aguardar novas descobertas que nos permitirão desvendar os mistérios que envolvem os Quasares.

2005/09/26

Astronomia vs Astrologia
Apesar da astrologia ter uma grande aceitação nas nossas sociedades não há dúvida de que existe um grande número de factos que demonstram que a posição dos astros não têm nenhuma influência na personalidade e no futuro de cada ser humano. Esta afirmação pode ser considerada polémica, mas se analisarmos este assunto com uma mente aberta e sem ideias pré-concebidas chegaremos a uma conclusão.
- Segundo a astrologia, a posição do Sol no momento do nascimento de uma pessoa, vai determinar o signo que a pessoa terá para toda a vida. Se por exemplo alguém nascer entre 21 de Março a 20 de Abril ela será do signo Carneiro, pois segunda a astrologia o Sol supostamente está, nesse periodo, na região da constelação de Carneiro. Aqui temos que ter em mente que as estrelas que constituem uma constelação não têm qualquer ligação especial entre si, é apenas uma convenção humana que serve para ajudar na localização um determinado objecto ou fenómeno no céu. Quando se diz que um determinado planeta está na constelação de Carneiro isso serve para sabermos para onde olhar para ver esse planeta, já a constelação não existe na natureza como um sistema de estrelas interligado. Não é de crer que as leis da natureza sigam as convenções humanas.
Um outro aspecto a considerar é que, mesmo ignorando o que foi escrito atrás, a astrologia iria falhar nos seus calculos. Tomando ainda o exemplo do signo Carneiro, os astrólogos baseam-se na ideia que o Sol atravessa aquela região do céu entre 21 de Março a 20 de Abril, mas essa era a posição do Sol nesse periodo há muito séculos atrás; nos tempos actuais o Sol atravessa a constelação de Carneiro entre 19 de Abril e 13 de Maio. Quer isto dizer que as datas dos horóscopos já não correspondem à realidade actual, só voltarão a estar "correctas" daqui a cerca de 23.000 anos! Nos tempos actuais o Sol não atravessa 12 constelações como há muitos séculos atrás, mas sim 13. Entre 30 de Novembro e 17 de Dezembro o Sol está na região da constelação de Ofiúco! Porquê que os astrólogos não levam isso em conta?
- Os astrólogos levam em conta apenas a posição do Sol, da Lua e dos planetas, não se entende o motivo de não considerarem a posição dos asteróides (alguns de grandes dimensões), dos satélites dos planetas (alguns maiores que o planeta Mercúrio e Plutão), não levam em conta a posição dos cometas... isso levaria a muitos calculos adicionais e não seria muito cómodo... talvez seja esse o motivo de eles ignorarem esses corpos celestes.
- Os corpos celestes não são corpos místicos, são objectos feitos da mesma matéria que nos rodeia, logo não faz sentido considerar que eles tenham qualquer influência mística nas nossas vidas a ponto de influênciar a nossa personalidade e o nosso futuro.
Estes são apenas alguns factos que demonstram que a astrologia não tem bases em que se apoiar. É claro que cada um é livre em acreditar no que acha ser certo mas não deve de ignorar certas evidências.

2005/09/04

Planeta Mercúrio
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e é o 2º planeta mais pequeno do Sistema Solar com 4.878 km de diâmetro no equador. Um observador que estivesse em Mercúrio veria o Sol duas vezes e meia maior e sete vezes mais luminoso do que visto na Terra. A temperatura deste planeta varia entre cerca de 430ºC no lado em que está dia e os -180ºC no lado em que está noite.
A superfície de Mercúrio é muito parecida com a superfície da Lua. As suas inúmeras crateras são testemunhas de que durante a sua formação, este planeta foi fortemente bombardeado por meteoritos. Para além das crateras, Mercúrio tem ainda muitas colinas e grandes planícies.
Quanto à atmosfera, é praticamente inexistente em Mercúrio.
Antes da sonda espacial Mariner 10 passar por Mercúrio pouco se sabia à cerca deste planeta. Dada a sua proximidade em relação ao Sol a observação pelos telescópios terrestres era difícil, isto apesar deste planeta até ser visível à vista desarmada. Visto da Terra Mercúrio não se distância mais que 28º em relação ao Sol, o que faz com que seja apenas visível ao anoitecer ou um pouco antes do Sol nascer, sendo que nesses instantes o planeta se encontra muito próximo do horizonte, o que dificulta em muito a observação.
A sonda Mariner 10 fez três passagens por Mercúrio. A primeira foi em 29 de Março de 1974, a segunda em 21 de Setembro do mesmo ano, a terceira foi em 16 de Março de 1975. A sonda Mariner conseguiu transmitir para a Terra fotos que permitem reconstituir cerca de 45% da superfície do planeta.
Existe uma relação curiosa entre o período de rotação e o período de translação de Mercúrio. O período de rotação, também designado por dia sideral, é de 58,65 dias terrestres que corresponde a dois terços do período de translação que é de 87,97 dias. Esses dois períodos combinados fazem com que um dia solar em Mercúrio dure 176 dias, ou seja, o tempo que o planeta demora a efectuar 2 translações em volta do Sol.
Mercúrio não tem qualquer satélite conhecido.
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Dados gerais sobre Mercúrio:
Distância média ao Sol: 57,91 milhões de km
Velocidade orbital média: 47,87 km/s
Período de translação: 87,97 dias terrestres
Período de rotação: 58,65 dias terrestres
Inclinação da órbita em relação à ecliptica: 7º 00'
Excêntricidade: 0,2056
Diâmetro equatorial: 4.878 km
Diâmetro polar: 4.878 km
Volume (Terra=1): 0,06
Massa (Terra=1): 0,06
Densidade (água=1): 5,43
Gravidade (Terra=1): 0,37

2005/08/29

Eclipse anular do Sol: 3 de Outubro 2005
No próximo dia 3 de Outubro haverá lugar a um eclipse anular do Sol. Este tipo de eclipse ocorre quando a Lua está mais afastada da Terra que, como consequência, faz com que o disco lunar pareça mais pequeno não tendo diâmetro suficiente para obscurecer todo o disco solar.
O trajecto deste eclipse, na sua pequena faixa de anularidade, terá inicio no Oceano Atlântico pelas 9H41 (hora de Portugal continental). Irá chegar a Portugal pelas 9H51 e atravessará as regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro. De seguida irá cruzar Espanha, passará pelo Mediterrâneo e seguirá para África. O eclipse irá terminar no Oceano Índico pelas 13H22.
Os observadores que estiverem fora dessa pequena faixa poderão assistir a um eclipse parcial. Quanto mais longe estiverem menor será a amplitude do eclipse, ou seja, o disco solar aparecerá menos obscurecido pelo disco lunar.

2005/08/22

Quem foi Claudio Ptolomeu?
Considerado um dos maiores sábios da antiguidade dedicou-se a diversos campos do conhecimento: matemática, geografia, física e especialmente astronomia. Defendia o sistema geocêntrico (sistema que coloca a Terra no centro do Universo, no qual o Sol, os planetas, as estrelas "fixas" movimenta-se em volta da Terra). A Igreja Católica viria a aceitar a sua tese como a correcta fazendo com que o modelo geocêntrico fosse aceito sem contestação durante os 14 séculos seguintes.
Não existem muitos conhecimentos sobre a vida desta grande figura. Claudio Ptolomeu terá nascido por volta do ano 90 d.C. em Ptolomaida no Egipto e terá vivo em Alexandria entre os anos 120 e 145.

Ele foi autor de várias obras, algumas delas já desaparecidas. Na astronomia ele sintetiza a obra de seus antecessores criando a sua obra principal: "A grande sintese" também conhecida como "O grande astrónomo" ou ainda por "Almagesto". Esta obra divide-se em 13 livros ou capítulos.

Segundo a tradição islâmica, Claudio Ptolomeu terá morrido aos 78 anos de idade.

2005/08/17

O mistério de um suposto satélite de Vénus
O planeta Vénus não tem qualquer satélite (ou lua) conhecido, mas durante algum tempo houve quem suspeitasse que pudesse ter. O ano de 1672 marca o inicio de uma série de observações de um possivel e misterioso satélite de Vénus. Nesse ano o astrónomo Cassini terá visto um estranho objecto celeste que acompanhava o planeta. O mesmo astrónomo terá voltado a ver esse objecto em 1686. Esse suposto satélite teria cerca de 1/4 do tamanho de Vénus e apresentava a mesma fase que este. Refiro que visto da Terra este planeta apresenta fases como a Lua ainda que com uma regularidade diferente.
Esse objecto terá sido observado em 1740 pelo astrónomo James Short, também por Andreas Mayer em 1759 e por 5 observadores que terão efectuado 18 observações em 1761. Nesse ano deu-se um trânsito de Vénus - passagem aparente de Vénus pelo disco solar. Quando se dá um trânsito é possivel observar o planeta a "atravessar" o Sol, um ponto escuro sobre um fundo luminoso. Um observador de nome Scheuten afirmou ter observado um objecto que acompanhava Vénus durante o trânsito de 1761. Porém, o astrónomo Samuel Dunn que também acompanhou o trânsito desse ano, afirmou não ter visto esse misterioso corpo celeste.
Mais tarde, em 1764 houve mais 8 observações feitas por 2 astrónomos. Em 1768 houve mais um relato de uma observação.
O astrónomo William Herschel (descobridor do planeta Úrano) fez uma tentativa para localizar mas não teve sucesso.
Essas observações não poderiam de deixar de causar certa polémica pois outros astrónomos tentaram ver e nunca conseguiram apesar de terem feito muitos esforços para tal.
Em 1766 foi publicado uma teoria pelo director do observatório de Viena que defendia a ideia de que esse objecto não passava de uma ilusão de óptica: o planeta Vénus é tão brilhante que reflete a luz no olho que é projectada no telescópio criando uma imagem secundária dando a sensação de se estar a ver um outro corpo celeste.
Em 1777 J. H. Lambert defendeu a ideia de se tratar mesmo de um satélite de Vénus, até calculou o seu período orbital (que seria de 11 dias e 3 horas).
Em 1884 o astrónomo M. Hozeau sugeriu a hipótese de este corpo celeste não ser um satélite de Vénus mas sim um planeta que orbitava em volta do Sol completanto uma volta em 283 dias fazendo com que a cada 1080 dias esse planeta surgisse perto de Vénus. Esse astrónomo até atribui o nome de Neith a esse suposto planeta.
Em 1887 a Academia Belga de Ciências lança a ideia de que esse "satélite" de Vénus seria estrelas que apareceriam próximas de Vénus (visto da Terra).
Depois disso existe apenas mais um relato, é o de um astrónomo chamado E. E. Barnard, que em 1892 viu um objecto perto de Vénus. Neste caso a teoria apresentada pela Academia Belga de Ciências não pode ser aplicada pois não existia nenhuma estrela naquela área do céu que pudesse levar Barnard a equivocar-se pensando tratar-se de um satélite. Porém poderia tratar-se de um asteroide, mas não existem quaisquer certezas em relação a isso.

2005/08/15

2003UB313: O décimo planeta?
2003UB313 é o nome provisório dado ao candidato a décimo planeta do Sistema Solar. Este corpo celeste foi descoberto por uma equipa de astrónomos americanos liderada pelo planetólogo Michael Brown utilizando o telescópio Oschin do monte Palomar.
2003UB313 é um corpo de tamanho aproximadamente do tamanho de Plutão e situa-se na cintura de Kuiper. A cintura de Kuiper é uma região do Sistema Solar que fica para além da órbita de Neptuno onde orbitam muitos objectos escuros e frios dado a grande distância que estão do Sol.
Este novo membro do Sistema Solar tem uma órbita muito eliptica que varia de 38 UA quando está mais perto do Sol e 97 UA quando está mais afastado. (UA - Unidade Astronómica, corresponde à distância média entre o Sol e a Terra que é de aproximadamente 149,6 milhões de km)
Este objecto demora cerca de 560 anos a completar uma volta ao Sol.
A dúvida de se considerar ou não o 2003UB313 como sendo um planeta, poderá implicar também o estatuto de Plutão. Existem muitos astrónomos que defendem a ideia de não se considerar Plutão como um planeta mas sim como um dos muitos asteróides que fazem parte da cintura de Kuiper (tal como Sedna). Como este objecto recentemente descoberto tem pelo menos o diâmetro de Plutão (não se conhece ao certo o seu diâmetro) se não fôr considerado planeta poderá vir a retirar o estatuto de planeta a Plutão.