2005/08/29

Eclipse anular do Sol: 3 de Outubro 2005
No próximo dia 3 de Outubro haverá lugar a um eclipse anular do Sol. Este tipo de eclipse ocorre quando a Lua está mais afastada da Terra que, como consequência, faz com que o disco lunar pareça mais pequeno não tendo diâmetro suficiente para obscurecer todo o disco solar.
O trajecto deste eclipse, na sua pequena faixa de anularidade, terá inicio no Oceano Atlântico pelas 9H41 (hora de Portugal continental). Irá chegar a Portugal pelas 9H51 e atravessará as regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro. De seguida irá cruzar Espanha, passará pelo Mediterrâneo e seguirá para África. O eclipse irá terminar no Oceano Índico pelas 13H22.
Os observadores que estiverem fora dessa pequena faixa poderão assistir a um eclipse parcial. Quanto mais longe estiverem menor será a amplitude do eclipse, ou seja, o disco solar aparecerá menos obscurecido pelo disco lunar.

2005/08/22

Quem foi Claudio Ptolomeu?
Considerado um dos maiores sábios da antiguidade dedicou-se a diversos campos do conhecimento: matemática, geografia, física e especialmente astronomia. Defendia o sistema geocêntrico (sistema que coloca a Terra no centro do Universo, no qual o Sol, os planetas, as estrelas "fixas" movimenta-se em volta da Terra). A Igreja Católica viria a aceitar a sua tese como a correcta fazendo com que o modelo geocêntrico fosse aceito sem contestação durante os 14 séculos seguintes.
Não existem muitos conhecimentos sobre a vida desta grande figura. Claudio Ptolomeu terá nascido por volta do ano 90 d.C. em Ptolomaida no Egipto e terá vivo em Alexandria entre os anos 120 e 145.

Ele foi autor de várias obras, algumas delas já desaparecidas. Na astronomia ele sintetiza a obra de seus antecessores criando a sua obra principal: "A grande sintese" também conhecida como "O grande astrónomo" ou ainda por "Almagesto". Esta obra divide-se em 13 livros ou capítulos.

Segundo a tradição islâmica, Claudio Ptolomeu terá morrido aos 78 anos de idade.

2005/08/17

O mistério de um suposto satélite de Vénus
O planeta Vénus não tem qualquer satélite (ou lua) conhecido, mas durante algum tempo houve quem suspeitasse que pudesse ter. O ano de 1672 marca o inicio de uma série de observações de um possivel e misterioso satélite de Vénus. Nesse ano o astrónomo Cassini terá visto um estranho objecto celeste que acompanhava o planeta. O mesmo astrónomo terá voltado a ver esse objecto em 1686. Esse suposto satélite teria cerca de 1/4 do tamanho de Vénus e apresentava a mesma fase que este. Refiro que visto da Terra este planeta apresenta fases como a Lua ainda que com uma regularidade diferente.
Esse objecto terá sido observado em 1740 pelo astrónomo James Short, também por Andreas Mayer em 1759 e por 5 observadores que terão efectuado 18 observações em 1761. Nesse ano deu-se um trânsito de Vénus - passagem aparente de Vénus pelo disco solar. Quando se dá um trânsito é possivel observar o planeta a "atravessar" o Sol, um ponto escuro sobre um fundo luminoso. Um observador de nome Scheuten afirmou ter observado um objecto que acompanhava Vénus durante o trânsito de 1761. Porém, o astrónomo Samuel Dunn que também acompanhou o trânsito desse ano, afirmou não ter visto esse misterioso corpo celeste.
Mais tarde, em 1764 houve mais 8 observações feitas por 2 astrónomos. Em 1768 houve mais um relato de uma observação.
O astrónomo William Herschel (descobridor do planeta Úrano) fez uma tentativa para localizar mas não teve sucesso.
Essas observações não poderiam de deixar de causar certa polémica pois outros astrónomos tentaram ver e nunca conseguiram apesar de terem feito muitos esforços para tal.
Em 1766 foi publicado uma teoria pelo director do observatório de Viena que defendia a ideia de que esse objecto não passava de uma ilusão de óptica: o planeta Vénus é tão brilhante que reflete a luz no olho que é projectada no telescópio criando uma imagem secundária dando a sensação de se estar a ver um outro corpo celeste.
Em 1777 J. H. Lambert defendeu a ideia de se tratar mesmo de um satélite de Vénus, até calculou o seu período orbital (que seria de 11 dias e 3 horas).
Em 1884 o astrónomo M. Hozeau sugeriu a hipótese de este corpo celeste não ser um satélite de Vénus mas sim um planeta que orbitava em volta do Sol completanto uma volta em 283 dias fazendo com que a cada 1080 dias esse planeta surgisse perto de Vénus. Esse astrónomo até atribui o nome de Neith a esse suposto planeta.
Em 1887 a Academia Belga de Ciências lança a ideia de que esse "satélite" de Vénus seria estrelas que apareceriam próximas de Vénus (visto da Terra).
Depois disso existe apenas mais um relato, é o de um astrónomo chamado E. E. Barnard, que em 1892 viu um objecto perto de Vénus. Neste caso a teoria apresentada pela Academia Belga de Ciências não pode ser aplicada pois não existia nenhuma estrela naquela área do céu que pudesse levar Barnard a equivocar-se pensando tratar-se de um satélite. Porém poderia tratar-se de um asteroide, mas não existem quaisquer certezas em relação a isso.

2005/08/15

2003UB313: O décimo planeta?
2003UB313 é o nome provisório dado ao candidato a décimo planeta do Sistema Solar. Este corpo celeste foi descoberto por uma equipa de astrónomos americanos liderada pelo planetólogo Michael Brown utilizando o telescópio Oschin do monte Palomar.
2003UB313 é um corpo de tamanho aproximadamente do tamanho de Plutão e situa-se na cintura de Kuiper. A cintura de Kuiper é uma região do Sistema Solar que fica para além da órbita de Neptuno onde orbitam muitos objectos escuros e frios dado a grande distância que estão do Sol.
Este novo membro do Sistema Solar tem uma órbita muito eliptica que varia de 38 UA quando está mais perto do Sol e 97 UA quando está mais afastado. (UA - Unidade Astronómica, corresponde à distância média entre o Sol e a Terra que é de aproximadamente 149,6 milhões de km)
Este objecto demora cerca de 560 anos a completar uma volta ao Sol.
A dúvida de se considerar ou não o 2003UB313 como sendo um planeta, poderá implicar também o estatuto de Plutão. Existem muitos astrónomos que defendem a ideia de não se considerar Plutão como um planeta mas sim como um dos muitos asteróides que fazem parte da cintura de Kuiper (tal como Sedna). Como este objecto recentemente descoberto tem pelo menos o diâmetro de Plutão (não se conhece ao certo o seu diâmetro) se não fôr considerado planeta poderá vir a retirar o estatuto de planeta a Plutão.